Lei Seca

Um espaço para discutir as grandes questões. Editor-chefe: Luiz Augusto

Nome:

Advogado, vive em São Paulo

sábado, setembro 30, 2006

Cães sem dono

Os ronins eram os samurais do Japão feudal que não eram vinculados a um clã ou a um daimio, que eram os poderosos senhores de terras. Vagavam pelas florestas, prontos a ofertar sua espada a quem quisesse guerra. A figura do ronin já rendeu até mesmo histórias em quadrinhos e filmes de Hollywood, em que o termo é usado como sinônimo de mercenário.
A vida medieval era violenta. O feudalismo era um sistema de produção baseado em subordinação, em que um suserano permitia que um vassalo ocupasse terras e as cultivasse. O vassalo dava sua força de trabalho, parte do que produzia, e participava da milícia do suserano, e em troca recebia proteção. Só proteção? – alguns perguntariam. Bom, é de se lembrar que não haviam Estados centralizados como hoje os conhecemos. O senhor das terras era o senhor da guerra. Morar longe de um castelo ou guarnição militar era suicídio.
Por que falar em guerreiros errantes? Ora, nesta época de eleições gerais se percebe claramente que nós, brasileiros, somos todos cães sem dono. Somos todos ronins.
Isso é antigo. O que será que foi feito dos escravos libertos pela Lei Áurea? Foram logo ofertar a força de seus braços à mesma lavoura que os oprimia ou à nascente indústria. Pagos como escravos, mas “livres”. Era a mesma miséria, com outro nome. As senzalas viraram cortiços, e depois favelas. E essas se submetem hoje a outros senhores, que se impuseram pela força dos fuzis, mas que não são das tropas oficiais do rei.
Os migrantes nordestinos? Fugiram de suas terras, retirantes, querendo um pouso seguro dos coronéis e do sol, e se juntaram nas mesmas senzalas dos netos dos escravos. Vendem hoje suas forças aos que erguem castelos (por vezes despencam das alturas), guardam seus portões, limpam seus aposentos. Alguns, os “chapas”, estão à beira das estradas, esperando serviço do primeiro caminhão de carga que passar.
Até a parcela da população que está melhor situada também vive sob o jugo de senhores implacáveis. Um Estado voraz, o Leviatã de Hobbes, que come quatro de cada dez reais produzidos. Cercada em castelos com circuito interno de TV e portaria, rodando em carros blindados, morta de medo dos salteadores descalços que empunham pistolas.
Todos gostariam de mais de seus senhores. Querem poder trabalhar. Desejam pagar menos impostos. Anseiam por voltar a andar na rua. Ressentem-se da falta de opção na política, forçados que estão a escolher entre gente que só representa a si mesma. Não sabem, mas gostariam de poder escolher partidos que não acreditem que o Estado é solução para tudo. Clamam por liberdade.
Mas as pessoas vagam por aí, sem rumo. Carentes de orientação e liderança. São presas fáceis de curandeiros, vendedores de milagres e clérigos sem religião. Entregam suas economias a estelionatários sem muita reflexão. Buscam um Absoluto indefinido, um Nada concreto. São humanas, enfim.
Quem é que poderia liderá-las? Qual, dos candidatos nesta eleição, é realmente uma opção, e que teria preparo e condições de conduzir as massas à sua sonhada terra do leite e do mel?
Um professor na faculdade de direito nos disse certa vez: “O melhor sistema de governo é o despotismo esclarecido, desde que eu seja o déspota”.
Por que não eu? Ora, falando em cães, lembro do princípio Rin Tin Tin. Explico. Robert Mitchum resolveu ser ator ao perceber que até um cachorro, o dito cujo, poderia fazer isto, e com muito sucesso.
Alguns candidatos que nos são impostos são tão, tão ruins, que por vezes penso que eu poderia fazer melhor que eles. Mas eu teria que beijar criancinhas, discursar em palanques e comer pastéis gordurosos. Deixa para lá. Não agora, talvez nunca. É uma coisa de muita vaidade, e como já era dito no livro bíblico do Eclesiastes, vaidade é aflição de espírito. Mas alguém tem que fazê-lo, e respeito quem se dispõe a isso.
As pessoas buscam um propósito maior, uma ideologia. Às vezes, cansado de tanto matutar, escrever e peticionar, muitas vezes sozinho em meu canto, anseio por uma chance de mostrar meu valor. O trabalho parece enfadonho, e (valha-me, Eclesiastes) nada de novo há sob o sol. Mas me conformo. Parece sem propósito, mas tem. É, fazendo minha parte, minha humilde colaboração para a sociedade, e para mim mesmo.
Esse anseio por uma forma de pensar, a meu ver, leva a equívocos. Um conhecido meu, amigo de um colega, viajará em breve para Cuba. Está numa corrida contra o tempo, quer ver Fidel vivo. Em seu dizer, é um lugar que ainda tem ideologia. Mas que adianta se essa ideologia é encharcada de sangue?
A ideologia que o Brasil precisa é finalmente transformar estas terras num país. Em que todos possam trabalhar. Em que as instituições funcionem. Em que investir, no dizer de um prêmio Nobel de Economia, seja tão emocionante quanto ver a tinta secar ou a grama crescer. Em que a democracia não seja uma palavra de uso bienal. Em que as pessoas finalmente parem de esperar líderes e tenham liberdade de pensar por si próprias. Cada um, com seu trabalho, aperfeiçoando seu bairro, cidade e estado. Adotando uma ética que core os malfeitores de vergonha.
Tal será feito por pessoas que não necessitem mais de muletas externas para viver suas vidas. Que se regozijem com seus feitos, por menores que sejam, sabendo que estes são tijolos na construção de algo maior que elas próprias. Esse povo não mais se amparará em ideologias ou ansiará por revoluções, pois saberá que os políticos que tem e que livremente escolheu finalmente entenderam que eles não são senhores, mas servos. Nesse dia, essas pessoas saberão que não são mais cães sem dono.
E os líderes? Que sejam dignos de serem seguidos e à altura do povo ao qual seguirão adiante.
Não comandando, como senhores feudais. Mas como desbravadores e linha de frente através dos caminhos cerrados e escuros que o Brasil ainda terá que percorrer para ser, enfim, uma nação.
Bom domingo de eleições.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Hackers, os novos empasteladores

Antigamente, quando algum golpe sacudia nossa república bananeira, os jornais da situação eram empastelados. Nunca me explicaram o que é um "empastelamento", mas a coisa mais próxima que me passava pela cabeça era o arremesso de papel higiênico molhado na fachada da sede do jornal e vandalismo, com a depredação das máquinas.
Num dos links da Cruzeiro que postei vi finalmente do que se tratava: http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/08111930/081130_6.htm
É um espécie de linchamento de um jornal, um ataque à imprensa.
Creio que hoje só veremos isso em rincões distantes. Mas, bem próximo de nós, blogueiros, há uma nova forma de empastelamento, que é o ataque de hackers.
O site do Luís Nassif já foi empastelado, e talvez o Jesus me chicoteia também.
Não sei se já sofri ataques, creio que não, pela ainda baixa audiência, mas estou tendo dificuldades para postar. Cada post leva meia hora para ser publicado. Deve ser vírus.
Mas vejo papel molhado no monitor, o que será?

quinta-feira, setembro 28, 2006

Filmes emprestados

Atendendo a apelos deste blog (Vide post Gênio da raça), meu bom amigo Nelson emprestou-me alguns filmes. Terra em Transe, do Glauber, O Sétimo Selo, Veludo Azul, do Lynch, Sob a Névoa da Guerra, um documentário, e O Leopardo, de Visconti.
Coisa fina, não? Creio que terei noites papo-cabeça pela frente.

Esquina abandonada: Carta publicada na seção "São Paulo Reclama"

Meus leitores,

Com satisfação informo que carta minha, com a devida resposta do secretário municipal Floriano Pesaro, foi publicada ontem, 27/09/2006, na seção "São Paulo Reclama", do Estadão, verdadeiro espaço democrático.
Publico aqui a carta que enviei e a resposta.


Esquina abandonada

Caro Estadão,
Escrevo para reclamar da segurança na região da Av. Paulista.
A esquina da Avenida com a Al. Joaquim Eugênio de Lima, ao lado do Top Center, se tornou a base de moradores de rua e crianças abandonadas, que tiram seu sustento da lavagem de vidros e da "caridade" dos motoristas, numa mistura de compaixão e extorsão.
Tal situação vai totalmente contra a correta política da Prefeitura, de conscientizar a população para que não dê esmolas.
O abandono da esquina já se faz notar, com a atuação impune e ostensiva dos pedintes, com a colocação inclusive de bancos improvisados na lanchonete ali localizada. Isso só sinalizará aos bandidos que ali é um território sem lei, que poderão assaltar impunes.
Tudo isto sob as barbas da PM, que promove rondas na região, mas nada faz.
É de se pedir que a Polícia e o Ministério Público atue para inibir a atividade dessa verdadeira "Miséria S/A", inclusive promovendo a punição dos que exploram menores no local.
O mesmo abandono também ocorre na Alameda Campinas, entre a Alameda Santos e a Paulista, onde inclusive um amigo meu já foi assaltado à mão armada.

Luiz Augusto


Resposta a " Esquina Abandonada" - Carta 18.212
Agradeço à carta do leitor Luiz Augusto (...), publicada na edição desta quarta (27/09) do Estado de SP que fala sobre a iniciativa de conscientizar a população a não dar esmolas. Esclareço que a Prefeitura vem trabalhando em parceria com ONGs, empresas privadas e sociedade civil, dentro do Programa São Paulo Protege para melhorar a rede de atenção e proteção a população de rua adulta e crianças. Para convencer os adultos de rua a ir para um dos 35 albergues da rede municipal (8.000 vagas), a Secretaria mantém uma equipe de mais de 150 agentes de proteção social que sistematicamente vai às ruas em um trabalho de convencimento e fortalecimento de vínculos visando a reinserção social, porem, trata-se de um trabalho gradativo, incansável e que requer paciência, já que não é possível obrigar qualquer morador de rua a ir para um albergue. Esta estratégia vem dando bons resultados. No ano passado retiramos 1.000 adultos das ruas e neste ano mais de 700. Para desestimular a prática do trabalho infantil ou da compra de produtos nas ruas, a Prefeitura lançou a campanha "Dê mais que esmola. Dê futuro", dentro de seu Programa São Paulo Protege. Desde que foi lançado o programa já resgatou 1.817 crianças do trabalho infantil, inserindo-as em atividades de pós-escola nos núcleos sócio educativos.
É notório o fato de que dar esmolas ou comprar qualquer produto de pessoas (crianças e adultos) nas ruas não ajuda a diminuir a pobreza. São ações paliativas que contribuem para manter essas pessoas longe de programas sociais promovidos pela Prefeitura.
Com a campanha, nosso objetivo é que, mesmo sendo traço cultural do brasileiro, o ato de dar esmolas possa passar por uma mudança de foco: em vez de dispersar as doações pontuais nas ruas, é preciso canalizá-las para garantir, com projetos sociais sérios, o direito da criança à proteção, à educação e ao seu desenvolvimento integral, inclusive o de brincar, de crescer com saúde física, mental e psicológica.
As pessoas que queiram ajudar de verdade podem fazê-lo doando a organizações sociais que desenvolvam projetos com crianças, adolescentes e adultos de rua ou ao FUMCAD (Fundo Municipal da Criança e do Adolescente), com abatimento no Imposto de Renda devido para pessoas físicas (6%) e jurídicas (1%).
Agindo com esse grau de consciência na hora de ajudar, o paulistano deixa de ser mero doador de dinheiro, cuja participação termina já na doação, para se tornar um verdadeiro investidor social, atento às mudanças sociais de resultados. Consulte o site http://www.prefeitura.sp.gov.br/
Floriano Pesaro
Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social


Obrigada por escrever e disponha do seu Estadão
CECILIA THOMPSON, editora
São Paulo Reclama e Seus Direitos
Central de Atendimento ao Leitor e Defesa do Cidadão
O ESTADO DE S. PAULO

quarta-feira, setembro 27, 2006

Big Brother na China

O chefe do Partido Comunista em Xangai, Chen Liangyu, perdeu seu cargo e foi posto em prisão domiciliar domingo último. Foi alvo de um expurgo que de tempos em tempos acomete regimes comunistas.
Mas noticia ainda o "Estado": "No instante em que as ações contra Chen foram anunciadas, todos os vestígios do líder caído em desgraça desapareceram dos web sites oficias. Algumas fotos oficiais da liderança de Xangai foram adulteradas para remover Chen".
Isso é muito 1984, de George Orwell.
Não foi só o cargo que ele perdeu, mas o direito de sair bem na foto...

O Ocidente amarela novamente

Notícia no Estado: "Com medo de radicais islâmicos, Berlim cancela ópera de Mozart". Segundo a reportagem, a direção da Ópera de Berlim cancelou apresentações de Idomeneo, de Mozart, previstas para novembro, por medo de irritar os muçulmanos e ser alvo de ataques terroristas. Na obra original de Mozart, Idomeneo, rei de Creta, apresenta a cabeça decapitada de Poseidon, deus do mar na mitologia grega. Na versão que seria encenada em Berlim, o rei tira de um saco e põe sobre quatro cadeiras as cabeças decapadas do deus grego, Buda, Jesus e Maomé.
Agora o Ocidente se impõe censura prévia. A liberdade de expressão está indo para o buraco. Lamentável. Não podemos sequer blasfemar, que diabos!

Grande Prêmio Brasil

Já posso até ver a seção de turfe narrando o próximo domingo. Rainha da Inglaterra mantém a dianteira por muito tempo, mas seu jockey é muito pesado, e suas patas estão cobertas de muita lama, até os joelhos. Chuchu Beleza se desvencilha de Gogó de Ouro e outros menos votados e parte para sair na foto e ficar apenas uma cabeça distante de Rainha da Inglaterra. A disputa fica para outro Grande Prêmio, menos de um mês depois.
Só precisam aumentar as apostas em Chuchu Beleza.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Amigo da onça

Em adição ao último post, cabe uma homenagem desse blog ao Péricles, criador do Amigo da Onça. Este personagem das páginas de "O Cruzeiro" sempre estava pronto a prejudicar com seus conselhos quem estivesse perto. Como no caso do deputado Barreto Pinto, flagrado por David Nasser e Jean Manzon apenas de cueca e casaca, o que lhe custou o mandato, quando decoro parlamentar queria dizer outra coisa. Em cima da foto de Manzon, Péricles adicionou o Amigo, dizendo: - "David Nasser e Jean Manzon querem falar contigo!"
Diante do atual momento, vejo que o Amigo da Onça continua vivo. Vejam alguns conselhos que ele deu recentemente:

- Sai rápido daí, Zé!
- Por que não expulsar o jornalista gringo?
- E se quebrarmos o sigilo do caseiro?
- Vamos comprar o dossiê dos Vedoin?
- Beije a mão do Jader...

Péricles, após ter proporcionado alegria a tantos, se matou em 1961.

Revista "O Cruzeiro"

Disponibilizo aos leitores links para algumas edições da Revista "O Cruzeiro", criada por Assis Chateaubriand em 1928. Recomendo os textos de David Nasser. Aliás, devo ainda ao Luiz Maklouf de Carvalho, jornalista tão perseguido pelos governantes de plantão, a leitura de Cobras Criadas, a biografia de Nasser.

Eis os links:

Edições disponíveis
Clique na capa para acessar o sumário da edição on line ou no título para ir direto à matéria.

Anos 1970


Julho de 1975
* Para você, leitor* Pelé - O preço de um mito* Sílvio Santos esse desconhecido* "O Modelo" - Jânio Quadros* 1 morto cada 3 horas* Teotônio Vilela analisa o Caminho da Distensão* Conversa ao pé do ouvido* A busca do Estado de Direito na palavra de Paulo Brossard


15 de setembro de 1970
* Papai Paulo Sérgio* O que diz Lígia Diniz * Pedro Januário no ocaso do cangaço - "Só falta matar um"* Martha La Paz - Nasce uma nova estrêla para o Cinema Nacional* O lado humano de Wilson Simonal* Carlos Estevão* Gôsto de Brasil, por Rachel de Queiroz

Anos 1960


12 de dezembro de 1964
* O feitiço contra o feiticeiro: Zé Arigó na prisão* Castelo não sairá da Lei* Adhemar em "O Cruzeiro": "Não toquem em São Paulo!"* Carlos Estevão* As eleições americanas (II), por Rachel de Queiroz



17 de outubro de 1964
* Borjalo X Appe* Comer e engordar - Eis a questão.* David Nasser: O Debret da câmera* Parlamentarismo pode levar à anistia* Carlos Estevão* Do preconceito de côr, por Rachel de Queiroz


3 de outubro de 1964
* Herberto Sales X Carlos Heitor Cony* História passada a limpo no capítulo das condecorações* A volta de Procópio Ferreira* David Nasser: Saudade defumada* Reforma política: aposentar caciques dos Partidos* Carlos Estevão* Carta aberta ao Presidente, por Rachel de Queiroz


18 de julho de 1964
* Lacerda tem presidência garantida* O samba de Garrincha* Sexta-feira 13: Dia fatídico* David Nasser é o espadachim da palavra* Carlos Estevão* Regeneração, por Rachel de Queiroz


4 de julho de 1964
* O adeus do Peixe-vivo: a dramática saída de JK* David Nasser: O Cambronne brasileiro* Reforma agora. Eleições em 65.* O começo do fim: Sexta-feira 13* Brasil: Beleza 64 - As candidatas ao Miss Brasil* Carlos Estevão* Não há repouso para o guerreiro, por Rachel de Queiroz


13 de junho de 1964
* Legionários da Democracia doam ouro* 15 de Junho - Fim dos expurgos* Lacerda: Canário na muda não canta* Adhemar: eleições em 66* A voz do dono, por David Nasser* Milagres do Padre Cícero* Carlos Estevão* Material humano, por Rachel de Queiroz


10 de abril de 1964
* Jango fala aos sargentos: princípio do fim* Saber ganhar, por David Nasser* Depoimentos de Lacerda, Magalhães, Adhemar e JK* Minas em guerra* São Paulo fica de pé* A batalha da Guanabara* Os 40 do Forte


24 de setembro de 1960* Jânio - O candidato falou para o Continente* Quem será a nova primeira dama?* David Nasser: Discurso a um ausente* A resposta de Tenório* Amádio apresenta Jânio* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf* Votar, Rachel de Queiroz


24 de setembro de 1960* Propostas de governo - Jânio, Lott e Adhemar* Carlos Lacerda - Resposta a David Nasser* Cadeia para os gangsters* José Amádio apresenta Lott* José Amádio apresenta Jango* O Amigo da Onça * Carlos Estevão* O Pif-Paf* O Santo Vicente, por Rachel de Queiroz


30 de julho de 1960
* Fera da Penha: Tânia Maria é agora menina-santa* E o mundo não acabou * Carlos Estevão* O Amigo da Onça* O Pif-Paf* A morte pendurada, por Rachel de Queiroz


4 de junho de 1960
* Cannes foi só 'Doce Vida"* De Cabral a JK - Bananal volta ao Brasil* O Brasil condena as vítimas* Em busca da Miss Brasil 1960* O Amigo da Onça* O Pif-Paf* Objeto Voador Não Identificado, por Rachel de Queiroz


7 de maio de 1960* O futuro já tem capital: Brasília* Brasil ouviu Juscelino* Convidados confraternizam com o povo* David Nasser: Rio, perdoa o ingrato* Ninguém conhece ninguém: José Amádio apresenta Brasília* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O drama da África do Sul, por Rachel de Queiroz


9 de abril de 1960
* Crime do Sacopã: Bandeira - Liberdade em conta gotas* Ninguém conhece ninguém: José Amádio apresenta Assis Chateaubriand* Caso Aída Curi: Ronaldo além de tarado é ladrão* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Caso do Dr. Vilhena, por Rachel de Queiroz


2 de abril de 1960* Caso Aída Curi: O júri oficializou a curra* Bandeira em liberdade* JK não quer ficar* David Nasser: Resposta a um crápula* Elvis Presley* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf* Notícias do Banco da Providência, por Rachel de Queiroz


26 de março de 1960
* Brasília: Cidade humana* A Bela Adormecida do Paraná* Kim e Zsa Zsa* David Nasser: Brigue, mas fale, Capitão* Ninguém conhece ninguém: José Amádio apresenta Jorge Amado* O Amigo da Onça* Inferno, por Rachel de Queiroz


19 de março de 1960
* Kim Novak sambou nas ruas* Ninguém conhece ninguém: José Amádio apresenta Kim Novak* Os melhores do ano* Guarujá não veste shorts* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* Carnaval e cinzas, por Rachel de Queiroz


16 de janeiro de 1960
* Debutantes de Brasília: A última reportagem de Luciano Carneiro* O que Gilda quer, Gilda tem* Copacabana vista por Divito* Uma boneca para Beatriz, por David Nasser* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf* Três mortos no avião, por Rachel de Queiroz

Anos 1950


31 de outubro de 1959
* Crime do Sacopã: Detector de mentiras inocentou Bandeira* David Nasser escreve a JK: o eunuco dos verdes mares* Revelado o segrêdo do disco voador* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf * Três assuntos cariocas, por Rachel de Queiroz


24 de outubro de 1959
* Crime do Sacopã: Desaba um mar de lama sôbre um inocente* Os órfãos de pais vivos* Zé Carlos adotou Pelé* Cacareco agora é Excelência* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf * O homem e suas obras, por Rachel de Queiroz


17 de outubro de 1959
* Crime do Sacopã: Da cela 21 um homem clama por Justiça* Orlando Silva: um cantor ganha uma rua* Ternura, teu nome é Luiza* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf * Correspondência, por Rachel de Queiroz


10 de outubro de 1959
* Crime do Sacopã: Tenório apresenta três depoimentos fortes* Paloma, a menor romancista do Brasil* Lunik II: fuga para o futuro* O Amigo da Onça* Carlos Estevão* O Pif-Paf * História de beata, por Rachel de Queiroz


3 de outubro de 1959
* Crime do Sacopã: Tenório aponta duas novas testemunhas* Oito medalhas de ouro: o Brasil no III Pan* O Pif-Paf* Carlos Estevão* O Amigo da Onça* O cego Aderaldo, por Rachel de Queiroz



26 de setembro de 1959
* Crime do Sacopã: "Eu sabia da sua inocência"* Glorinha dispensa propaganda * Um fato em foco: Carlson Gracie sobe ao altar* O Pif-Paf* Carlos Estevão* O Amigo da Onça* O dilema, por Rachel de Queiroz


19 de setembro de 1959
* Crime do Sacopã: Trevas do mistério começam a ser rasgadas* Ludmila* Romeu e Julieta em palco de cemitério* O Pif-Paf* Carlos Estevão* O Amigo da Onça* Vitalinas, por Rachel de Queiroz


12 de setembro de 1959
* Tenório acusa o matador do Sacopã* As duas faces de Márcia de Windsor* Ser ou não ser Nádia * Didi no reino dos milionários* O Amigo da Onça* O estado são êles, por Rachel de Queiroz



29 de agosto de 1959
* Jura de menina pobre (Sophia Loren)* Prisão perpétua para o 475* O Pif-Paf* O Amigo da Onça* Gastão, por Rachel de Queiroz


6 de junho de 1959
* Eu amei um gangster* Justiça para Lampião* O prêto que virou branco* O Amigo da Onça* História do ciúme, por Rachel de Queiroz



30 de maio de 1959
* Vitória que faltou na Suécia - Brasil 2 X 0 Inglaterra no Maracanã* Cruzada contra a impunidade - David Nasser* Da cegonha para Ibrahim* Vão Gogo e o Pif-Paf* Questionários, por Rachel de Queiroz


Anos 1940


23 de novembro de 1946
* Mistinguette vai casar* Contrabando no Sul* O drama do açúcar* O Amigo da Onça * O Pif-Paf* Mimiro, por Rachel de Queiroz

Anos 1930


8 de novembro de 1930
* Um sorriso que promette a victoria* O Commandante das Forças do Norte* São Paulo acclama a victoria* A Junta Governativa Provisoria* Oswaldo Aranha no Rio* O empastelamento dos jornaes governistas



2 de agosto de 1930
* O Presidente da Parahyba* Hontem e Hoje por Belmonte* Cinelândia - Mocidade, talento e belleza...* A caricatura no estrangeiro* A ilha de Fernando de Noronha* Grandes mystificações do occultimo sensacional


Anos 1920


10 de novembro de 1928 (Primeira edição de Cruzeiro)
* Editorial* O Rio de Janeiro de 1950* A côr de São Paulo* A caricatura no estrangeiro* A Éra das Forças Hydraulicas - Uma visão do anno 2000.


Mais artigos e matérias
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8 de janeiro de 1955
* Um cajueiro criou uma floresta* Adeus às baianas.


12 de agosto de 1944
* Chico Xavier, detetive do além

domingo, setembro 24, 2006

Ameaças nos filmes e na vida real

Muitos filmes têm como centro da trama ameaças misteriosas dirigidas aos protagonistas. Em Caché, produção francesa, um apresentador de televisão e sua mulher começam a receber pacotes com fitas que contém apenas gravações do exterior de sua casa. São horas de filmagem, de um ponto fixo, registrando o entrar e sair dos habitantes do lar e a passagem dos transeuntes. Ao procurar a polícia, ouvem do policial que os atende que ele lamenta, mas nada pode fazer.
Essa parece ser a postura típica dos policiais em vários filmes americanos, como as duas versões de Cabo do Medo. O vilão desses filmes é um ex-presidiário, Max, empenhado em se vingar do seu antigo advogado de defesa, ao qual credita a sua condenação.
Na primeira versão, da década de 1960, o vilão é Robert Mitchum (que faz um bandido que mais parece um tiozinho banachão, não assusta ninguém) e o advogado é Gregory Peck.
Na versão de 1991 o vilão é o Bob DeNiro (sempre ótimo, tatuado e musculoso, muito mais ameaçador), e que tem uma excelente empatia com a jovem filha do advogado, a então ninfeta Juliette Lewis, às raias da tensão sexual. Mérito seja dado à direção de Scorcese. O papel do advogado é de Nick Nolte.
Enfim, em Cabo do Medo, as ameaças do ex-presidiário iniciam-se veladas, com sua mera presença nos locais em que sua vítima freqüenta. Passa a ser mais ostensiva, como a cena do charuto aceso na sala de cinema. Como de praxe, a polícia, nessa fase das ameaças, nada pode fazer. Somente com a aproximação do perigo, com a invasão de domicílio (clássica cena do barco-casa, parodiada até nos Simpsons), é que começa a poder ser invocada a legítima defesa.
Na vida real, infelizmente, as ameaças também não tem a devida repressão que mereceriam. As situações descritas em Chaché e Cabo do Medo, como o envio de fitas gravadas, e a mera presença do ameaçante, não são suficientes para movimentar o aparelho repressor estatal. A resposta dependerá de uma medida judicial, sempre incerta e que pode não vir a tempo ou não ser eficaz. Sei, pelos filmes, daquele instituto do direito americano, em que uma pessoa fica proibida de se aproximar a menos de certa distância de uma outra pessoa ou local. Creio que aqui seria medida de difícil viabilização.
Há, portanto, essa lacuna do direito quanto a este tipo de ameaça (que creio se aproximar do assédio moral), e que por enquanto, não tem meio-termo de proteção. Ou a ameaça é velada, e fica no campo do direito civil (medidas cautelares), ou é ostensiva, da qual cuidará o direito penal (Crime de ameaça). Mas aí, a própria lei não inibe bem a conduta (a pena é pequena), e dificulta a prova (como no caso das ameaças por meio de trotes telefônicos, a qual não caberá interceptação, por ser crime punido com pena de detenção).
Enquanto o Direito desampara a todos, o cinema e os psicopatas continuarão inventando novos meios de nos aterrorizar. Ligações de madrugada sem nada dizer, ou apenas com o som de um ofegar ao fundo. Ou o vilão parado, em frente à nossa casa ou local de trabalho. Só lá, parado.
E diante de tudo, um policial, acima do peso, numa delegacia, nos dizendo, com ar paternal e sotaque gringo dublado: "É a lei, filho. Não podemos fazer nada até que ele faça alguma coisa".

Bento XVI e Darwin

Mal publico o meu post sobre o papa Bento XVI e cai a ficha. Como se tivesse sido atingido por um raio ou caminhão, lembro que o pontífice há algum tempo declarou que a teoria da evolução é irracional.
Vá lá, a fábula de Adão e Eva é engraçadinha. Mas a ciência, há mais de um século e meio, vem demolindo o criacionismo. Como dito hoje no Estado pelo filósofo Daniel C. Dennett, em entrevista a Daniel Piza, a teoria da seleção natural é tão segura quanto a teoria de que a Terra é redonda e gira em torno do Sol.
Aí não dá, fico com Darwin.

André Petry

Cada vez mais admiro o jornalista André Petry, da Veja. Seus artigos tem uma lucidez que destoa em nossa mídia. É impressionante a sua capacidade de abordar temas espinhosos, como aborto, eutanásia, religião e política, sempre nadando contra a corrente do conservadorismo tapuia. Carl Sagan, cientista americano morto em 1996, e que escreveu "O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro", um libelo contra a ignorância e o obscurantismo, teria ficado orgulhoso de conhecé-lo.

sábado, setembro 23, 2006

Gênio da raça

Dia desses estava conversando com o Nelson, um grande colega. Foi mais ou menos assim:
- (Eu) E o Darcy Ribeiro?
- O Glauber Rocha era muito amigo do Darcy Ribeiro. O Glauber dizia que ele era um gênio da raça.
- Ha ha ha!
- Ele dizia isso do Golbery também. Ele se ajoelhou diante dele e falou: O senhor é um gênio da raça.
- Gênio da raça...
- O Glauber dizia que ele era a reencarnação do Castro Alves. Só que ao invés de morrer com 24, ele iria morrer com 42. E morreu mesmo. Com 42
- É tem aquela imagem do Darcy no...
- É, a foto do Darcy amargurado no enterro do Glauber...
No dia seguinte passa no Globonews uma entrevista de 1996 do Darcy. Perguntado sobre o seu medo da morte, ele divagou sobre a existência das almas. Para ele, talvez o homem tivesse alma, mas não as pulgas, que eram muito pequenas. Creio que ele morreu alguns meses depois.
Do Darcy quase li uma vez suas Confissões, sua auto-biografia. Agora não encontro em lugar nenhum.
Do Glauber nunca vi nada, o que é uma falha minha, e não dele.
Sobre o Golbery li a série já publicada da Ditadura, do Gaspari. Aguardo o último volume.

Nervos de aço

A Editora Topbooks troca um Roberto, o Campos, e o seu Lanterna na Popa (ótimo), por outro, o Jefferson, lançando Nervos de Aço.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Ora direis ouvir estrelas...

"... Certo. Perdeste o senso (...)
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?"
Os versos de Olavo Bilac vão se tornando realidade graças à implantação de um curso de extensão em astrologia, com direito até à aulas práticas de confecção de mapas astrais, na Universidade de Brasília.
Era só o que faltava.
Como fica o rebaixamento de Plutão, que não é mais um planeta? Agora é chamado de 1340340. Aquela rocha gelada influencia ou não nossos destinos? Com a palavra, os futuros "doutores".
Creio que os mapas astrais da UnB serão assim:

"Na data de nascimento, Marte estava alinhado com Júpiter, o que indica que a influência de 1340340 na regência da vida amorosa de Fulano é diminuta".

A inclusão de um número nos mapas astrais pode até dar ares científicos a estes. Mas a transformação de astrologia em objeto de estudo acadêmico só pode ser gozação. E a inclusão de dinheiro público na brincadeira faz disso uma piada muito sem graça para nós, contribuintes.

Bento XVI e o Islã

Em outubro do ano passado tive a oportunidade de ver o papa Bento XVI de perto. Eu estava em Roma, passeando nas ruínas históricas, um domingo. Sabia que o papa estava na cidade, e que faria sua tradicional benção do meio-dia. Tinha dúvidas se iria ou não, pois a ida ao Vaticano implicava em pegar o metrô, caminhar, etc. Resolvi ir.
Chegando lá, atravessei o portão do Vaticano. A praça cheia de peregrinos. Lotada. Perguntei em que janela iria sair o papa e me apontaram a mais próxima dali. Nem acreditei na sorte. Pensei que não seria contemplado, após ter no dia anterior furado a fila para entrar no Museu do Vaticano (sei, é feio, mas não me arrependo do pecado).
Cinco minutos depois, Bento XVI apareceu na janela, e senhoras gritavam :Benedecto, Benedecto! Por quinze minutos ele falou e abençoou. Ele ergueu os braços. Apoteose. Multidão em êxtase. O papa é pop.
Ele tem carisma, sim.
Se eu fosse religioso, creio que a experiência teria sido ainda mais bonita.
Alguns meses depois, nesta semana, o papa Bento XVI teve a coragem de dizer o que pensava sobre o Islã. Os talebans enlouquecidos que se dizem religiosos logo se sentiram ofendidos. Juraram atacar o Vaticano.
Ora, quando eles vão entender que nós temos liberdade de expressão?
E por que toda declaração do Ocidente que eles consideram ofensiva tem que ser seguida de retratações, salamaleques, "não-é-bem-isso, como no caso dos cartuns dinamarqueses?
Creio que nós temos que ser mais enfáticos em defesa do nosso livre-pensar. Somos nós que exageramos nas críticas ou eles que exageram na reação?

Cartinha do PCC

Leio no Estado que o PCC distribuirá e publicará uma carta com o fim de sensibilizar a sociedade quanto à questão da opressão carcerária e exageros do Regime Disciplinar Diferenciado (regime de penas mais duro).
Conheço a mim mesmo. Sou um poço de sensibilidade. Eu já estou desde já separando os lenços de papel e o Prozac e me preparando para chorar. Mas de raiva. De vergonha. Por todos os mortos por essa facção criminosa. Por todo o prejuízo causado. Pelos ônibus queimados e agências bancárias incendiadas. Pelos prédios públicos atacados. Ah, vão plantar batatas. Ou melhor, vão costurar bolas de futebol...

Medo

Acho que, mesmo quatro anos depois, Regina Duarte continua com muito, muito medo. Também...

quinta-feira, setembro 21, 2006

O Aprendiz

Alguém sabe como crio links para outros blogs na lateral da minha página?

Moderação dos comentários

O Guilherme, antigo companheiro de república estudantil, escreve de Jacareí para reclamar da imposição chata, admito, de pré-aprovar os comentários.

A razão é que normalmente eu sou moderado, mas posso me exceder e dizer algo que não devo. O que pode gerar um processo de R$ 100.000.000,00. Aí é problema meu, e arco com as conseqüências.

O porém é que algum comentarista pode não ser tão moderado. E eu posso ser processado pelo que ele disser. E aí será preciso moderá-lo, compreende?

O blog Pensar Enlouquece tem mais detalhes sobre o caso de um blogueiro processado por causa dos comments: http://www.pensarenlouquece.com/, post de 31 de agosto de 2006

Além do mais, caro Guilherme, esse é meu Estadão, minha Folha de São Paulo particular. Eu tenho que por ordem na casa. Continue visitando.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Mais e melhores Blues(ílias)

Voltei da Capital. Mas algo veio junto, e é aquela poeira grudenta nos sapatos e a lembrança do calor.
Não há cidade mais imprópria para o uso de paletó e gravata. O equivalente de inadequação disto é andar nu no Pólo Norte. Mas o estilo de vida da cidade o exige. O Poder só respeita uma gravata.
Creio que o preço de exercer o poder, para os homens que para isso vão à Brasília, é usar costume completo, sob o sol e a poeira grudenta. Paris bem vale uma missa, disse Henrique IV ao se converter e se tornar líder da França. Será que Brasília vale uma gravata?
Os prédios de Niemeyer são bonitos, mas pouco funcionais. Quentes e com muitos subterrâneos, desperdiçando o sol. Alguns trabalham como toupeiras, sem janelas abertas.
Mas algo me atrai naquela cidade. Ela tem uma beleza indefinida.
No geral, foi um bom passeio. Fui numa festa incrível terça-feira, no Porto Vitória.
Foi interessante ver uma figura de destaque dos anos FHC se soltando numa pista de dança. Não conto quem é. Isso aqui não é a Caras.
Trouxe ainda uma saudade. Deixei minha pequena por lá...

terça-feira, setembro 19, 2006

Melhor idade

No aguardo do embarque para Brasília, ouvi a atendente do vôo convocar para tanto os deficientes, etc., e as pessoas da Melhor Idade.
Esses eufemismos são ridículos. Antes eram chamados de velhos, o que era mesmo ofensivo. Depois idosos. Em seguida: a Terceira Idade. Agora Melhor Idade. Quando o termo se esgotar, será trocado. Deixo algumas sugestões:

Idade Supimpa
Idade Bacana
Idade Hiper-super-duper.

Respeito aos idosos é feito com ações reais, e não com termos politicamente corretos. Assim que der aprofundarei o tema.

Enquanto isso, saudações candangas aos leitores.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Brasília

Amigos leitores,

Irei para Brasília hoje. Espero ser bem recebido no meio daquele soçaite como da última vez, quando almocei no Senado e provei de um coffe-break na Procuradoria-Geral da República. Coisa fina. Chique no último.
Caso não consiga postar, até a volta.

domingo, setembro 17, 2006

Ainda o Ubiratan

Não li a matéria, mas pela capa a Veja praticamente disse que foi a namorada do coronel que o matou. Ela nega. Acho que em breve ela dirá que foi o homem de um braço só que o matou. O mesmo que matou a mulher do Dr. Kimble na série de TV e no filme O Fugitivo.
É o que eu diria. Ao menos no filme teve final feliz, tinha sido o homem de um braço só mesmo...
E que confusão para a delegada, também na capa da Veja, não?

Planejamento familiar

Como Nelson Rodrigues, sou uma flor de obsessão em relação a certos temas. Um deles é planejamento familiar. Usarei esse blog para republicar qualquer destaque do tema na grande mídia.

Gilberto Dimenstein, na Folha de hoje (17]09/2006, "A desconhecida lição das mulheres solteiras"):

Por falar em desperdício, é incrível que a questão populacional não faça parte, nem remotamente, dos debate eleitorais. Entre as famílias mais ricas e instruídas, a taxa de fecundidade é de um filho por mulher. Entre as mais pobres e menos instruídas, porém, é de seis filhos por mulher. Se apenas cumprissem a lei e disseminassem o planejamento familiar, o combate à miséria seria menos difícil. Esse é um dos nossos grandes crimes de omissão. Um ótimo exemplo veio, na semana passada, do Chile, onde se anunciou a distribuição gratuita da chamada "pílula do dia seguinte".

Brasil e Suécia

Tive orgulho de ver na Folha o destaque dado a um antigo colega de colegial lá em Santos, José Maurício Prado Júnior, que conhecíamos como Zé Maurício. Sobre o Zé disse a Folha, em reportagem sobre o estado de bem-estar sueco (Suecos usam licença médica para tomar sol na Espanha, 17/09/2006):

"Doutorando brasileiro, ele mora na Suécia há cinco anos e continua a se surpreender com os privilégios do sistema local. A licença-paternidade pode durar até um ano e meio, dividido entre pai e mãe, e o governo paga 80% do salário.A licença-saúde é extensa. "Trabalhadores iam ao médico, diziam que estavam deprimidos e ficavam três meses sem trabalhar. Muitos ficavam um ano fora do serviço", conta.

Lá, pelo que sei, a carga tributária é de quase 50% do PIB.

Aqui é de quase 38% do PIB. Pois é, aqui já é quase a Suécia. Só falta combinar com os suecos.

Mas, do jeito que as coisas aqui andam, já vai ter gente querendo três anos de licença-paternidade. E sem ter filhos.

Aliás, parabéns Zé. Muito sucesso!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Ironias

O coronel Ubiratan, depois de sobreviver quase 14 anos após a invasão do Carandiru a todo tipo de ameaça da bandidagem e de angustiar-se por pender sobre ele a iminência de condenação da pena de reclusão mais alta já imposta por um juízo criminal neste País, vem a sofrer, ao que tudo indica, da morte causada por uma trivial ciumeira.
Não tem jeito, já dizia o provérbio: "Quem vive pela espada morre pela espada".

Notas:

1 - Era de um mau gosto tremendo a escolha do número de candidato de Ubiratan: 111, o consagrado número de mortos na invasão do Carandiru. Que, como reconhecido no júri de Ubiratan, eram 102 (mortos pela polícia).
2 - Quem iria dizer que o coronel era um viúvo disputado?
2 - O assassino de Ubiratan atirou no que viu e acertou no que não viu: A farra da Assembléia Legislativa bandeirante, em que até namorada, companheira, mulher, etc. de deputado pode ser funcionária de livre nomeação.

Anúncios no blog

Resolvi fazer um teste e liberar anúncios das grandes corporações capitalistas no blog. Falaram que eu posso ficar rico com cada clique dado por meus leitores nos banners. Espero que sim. Acho que pagam um centavo por clique. Então, para que eu fique milionário, só preciso de 100 milhões de cliques.
Deus salve a América. Esse é um blog sponsor-friendly. U.S.A., U.S.A., U.S.A.!
Então, cliquem!

quinta-feira, setembro 14, 2006

Obrigada por fumar

A Camila Morgado hoje é uma estrela, ninguém pode negar. É uma das moças da "Casa das Sete Mulheres" É Olga Benario.
Mas como (quase) todos os artistas, teve um começo de carreira difícil, de escolhas questionáveis de papéis. Vejamos a campanha publicitária que ela estelou em 2000:



E numa outra pose, à la Rita Hayworth:


Hoje parece meio brega anunciar cigarro. Mas há poucos anos a publicidade de cigarro era totalmente permitida.

A mesma coisa pode acontecer com as bebidas alcóolicas. A propaganda á ampla, geral e irrestrita. Pode e deveria ser limitada. E oxalá, dentro de algum tempo, será. O álcool é um dos grandes assassinos do país. Acidentes de trânsito, homicídios por motivos fúteis, a lista vai longe. E quando não formos forçados a ver reclames de cerveja em plena manhã, teremos senso crítico para avaliar o quão patéticas são essas campanhas e os artistas que delas participam.

Daqui a alguns anos, este blog poderá publicar fotos de Ronaldinho, Seu Jorge, Marcelo D2, Zeca Pagodinho, loiras siliconadas, todos com latas de cerveja na mão. E acharemos todos ridículos.

Crônica de uma morte anunciada

Aconteceu. Uma perita-médica do Instituto Nacional do Seguro Social foi morta com três tiros ontem, dia 13 de setembro de 2006, na porta de sua casa, em Governador Valadares, Minas Gerais. Suspeita-se que o crime ocorreu por conta de sua profissão.
É cada vez mais comum a agressão aos peritos do INSS, já que com o fim da terceirização das perícias vai aos poucos se instaurando a moralidade, o que leva muitos periciados a não obter o benefício, geralmente auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
É até inútil reclamar por mais segurança para os médicos.
Algumas pessoas tem um pavor tão grande de labutar que se dão ao trabalho de pegar uma arma, carregá-la e atirar em alguém. É clichê, mas a vida no Brasil não vale nada. Nem um benefício da seguridade social.
Fica o lamento e o pedido para que o facínora responsável seja preso, e para que seja implantado um sistema nacional de segurança para os peritos.
Em tempo, a perita morta era a Dra. Maria Cristina Felipe da Silva, 56 anos, casada, quatro filhos. Nosso pesar aos familiares.